Variante amazônica do novo coronavírus começa a provocar restrições no país
O Amazonas começa a sofrer restrições após uma nova variante da covid-19 ser descoberta em Manaus. Nesta quinta-feira (14/1), o Pará proibiu embarcações com origem no estado. Mas as imposições devem ir bem além do estado. O Reino Unido, por exemplo, cogita proibir voos com origem brasileira. A capital amazonense, Manaus, registrou nos últimos dias os piores números desde o início da pandemia, mas ainda não se sabe a relação disso com a nova variante.
A confirmação da descoberta dessa nova cepa foi anunciada pelo Japão, no último domingo (10/1). A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que está analisando essa “variante preocupante” e que ela pode ter impacto na resposta imunológica. A OMS deve emitir um comunicado nesta quinta-feira (14/1) para tratar sobre esta e as demais variantes da doença.
Enquanto isso, Manaus vê o número de sepultamentos crescer 193% em um mês em meio à explosão do número de infectados pelo coronavírus no Amazonas. O novo caos na saúde pública também fez que o prefeito de Manaus, David Almeida, decretasse estado de emergência por 180 dias.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse ao Jornal do Amazonas, da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, que o hospital de campanha — aberto quando o estado enfrentou o primeiro pico de internações entre abril e maio — entra novamente em funcionamento nesta quinta-feira.
Também devido ao atual estágio da covid-19 na unidade da Federação, a Justiça Federal do Amazonas determinou, nessa quarta-feira (13/1), a suspensão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no estado.
A nova cepa brasileira é recente, provavelmente surgida entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, de acordo com nota técnica da Fiocruz divulgada nessa quarta-feira (13/1). A variante foi identificada como Sars-CoV-2 B.1.1.28.
Não se sabe se a nova variante tem alguma influência no cenário caótico vivido em Manaus ou se ela é mais transmissível, como a do Reino Unido. Nos próximos dias, os cientistas pretendem aumentar o número de amostras analisadas para responder estas questões.
No último boletim divulgado, o Amazonas tinha registrado quase 220 mil casos do novo coronavírus e 5.879 mortes pela doença. Sendo que 1.564 pessoas estão internada por causa da covid-19.