Com número recorde de covid-19, Europa teme novo colapso de hospitais

Nos últimos dias, cidades como Genebra, Milão, Paris e tantas outras registraram saltos expressivos no número de novos casos, com um total de testes positivos em apenas sete dias já superando a marca do pico da doença em março e abril. Em alguns dias da semana passada, a Suíça registrou 6 mil novos casos, um número seis vezes maior que o momento mais dramático da pandemia na primavera do hemisfério Norte.

Para a OMS, não existem mais dúvidas: a Europa voltou a ser um dos epicentros da crise. Dos 445 mil casos confirmados em 24 horas pela agência na segunda-feira, metade estava na Europa. “Os próximos meses vão ser muito difíceis e alguns países estão em um caminho perigoso”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ainda que a taxa de ocupação de leitos de UTI continue apenas 25% do pico de abril, os dados revelam que a expansão tem sido mais acelerada do que se imaginava e que, de novo, nem todos estão prontos. Em 21 países europeus, a taxa de ocupação atingiu já níveis considerados como “preocupantes”. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, declarou na terça-feira a parlamentares que, se nenhuma nova medida for tomada para frear a doença, as unidades de UTI do país estarão saturadas até o dia 11 de novembro. “Em muitas cidades da Europa, a capacidade de UTI será alcançada nas próximas semanas. E essa é uma situação preocupante já que estamos em outubro”, disse Maria van Kerkhove, chefe do departamento técnico da OMS. “A preocupação que temos são os números de indivíduos que precisam ser hospitalizados”, apontou. Quase 40 mil novas mortes foram notificadas durante a última semana no mundo e 2,8 milhões de casos, o maior número em sete dias, desde o início da pandemia.

Segundo os dados da OMS, a Europa é responsável pela maior proporção de novos casos, com mais de 1,3 milhão, um aumento de 33% nos casos em comparação à semana anterior. O número de mortes continua aumentando na região, com um salto de 35% em relação à semana anterior e representando quase um terço de todas as novas mortes no mundo. No total, foram 11,7 mil óbitos. “Embora o número de mortes esteja a aumentar gradualmente, a proporção permanece relativamente baixa, em comparação com a fase inicial da pandemia”, explicou a OMS. Mas o temor é de que, com os hospitais chegando ao limite de suas capacidades, esse número possa aumentar rapidamente.

fonte : UOL

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