Para Eduardo Machado, o grande desafio deste show é mudar o papel do contrabaixo, de coadjuvante para protagonista, já que ele tem a função principal de conduzir, unir a harmonia e o ritmo, trabalhando a pulsação da música. “É raro um contrabaixista fazer show solo porque numa banda somos responsáveis pelo acompanhamento, fazer a ‘levada’, dar apoio aos instrumentos, cantores e solistas. Essa apresentação vai surpreender o público, pois o baixo tem um som característico, bem diferente”, diz.

Trabalho em equipe, que o músico compara a um jogo de futebol. “O contrabaixo é como o zagueiro, mas neste show ele vai jogar como meio de campo, centroavante e vai fazer gol (risos). Vou mostrar o baixo atuando de várias maneiras, criando melodias, harmonia, acordes, efeitos, numa forma não tão usual de se ver, valorizando outros aspectos que não são explorados”, explica Eduardo.

No repertório, músicas autorais, releituras e homenagens a compositores como Sivuca, Jacob do Bandolim, Alegre Corrêa, além de algumas surpresas. Segundo Eduardo, o show será eclético – assim como as oficinas – com ritmos populares como chacarera, chamamé, choro, bossa nova, baião, xote, entre outros.

Com apoio do Bolsa Cultura da FEAC (Fundação para o Esporte, Arte e Cultura) da Prefeitura Municipal de Franca, o projeto “O contrabaixo na MPB” teve como objetivo valorizar a música brasileira, resgatar a história do contrabaixo apresentando ao público os grandes mestres deste instrumento, destacar os ritmos que estão sendo esquecidos pela nova geração e formar público.

O projeto contemplou quatro oficinas gratuitas, de 18 de fevereiro a 08 de abril, com os seguintes temas: “História do contrabaixo brasileiro”, “Técnicas do instrumento na música brasileira” (participação especial de Sizão Machado), “Sambas e suas vertentes” e “A riqueza e a diversidade da Música Nordestina”, que estão disponíveis no link (https://www.youtube.com/playlist?list=PLNTLFrSmqW2D-T1risULUFRc2c_E962bf).

“Adorei fazer esse projeto, poder compartilhar essa pesquisa com os estudantes, músicos profissionais e amadores, e amantes da música. Recebi muitos feedbacks positivos, que me alegraram muito. Foi um mergulho profundo na história do contrabaixo, da música popular brasileira, e consegui produzir um conteúdo de grande valor, visitando temas importantes do nosso patrimônio cultural imaterial”, avalia Eduardo.