Onça parda do zoológico de Guaíra morre após  operação da cauda

 

Depois de uma cirurgia na cauda feita ontem pela equipe de especialistas da Unesp de Jaboticabal para tratar de um ferimento, a onça Shena não conseguiu recuperar-se da anestesia e morreu hoje às 6h30 no Zoológico Joaquim Garcia Franco, em Guaíra. A onça vivia no zoológico desde que foi encontrada ainda filhote com sinais de queimadura, depois de perder a mãe em um incêndio em canavial. O filhote foi resgatado e encaminhado pela Polícia Ambiental ao zoológico de Guaíra, único ponto de referência da região para acolhimento de animais silvestres.
A onça foi operada ontem no seu próprio recinto no zoológico pela equipe da Unesp mobilizada pelos titulares das secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente juntamente com o Zoológico. Eles trouxeram a equipe de especialistas que desaconselharam o transporte do animal para fora do zoológico, para evitar sofrimento. O procedimento utilizado foi a amputação da cauda de Shena, que já havia sido operada em 2018 por conta de uma massa óssea no úmero, sentia dor e mancava desde então.
O tratamento de um animal silvestre, segundo os professores da Unesp, só poderia ser feito através de amputação, dada a dificuldade de cicatrização se o ferimento fosse unicamente tratado. A informação foi fornecida pela bióloga Ana Paula Chaves Campos, que trabalha no zoológico há 8 anos e da secretária do Meio Ambiente, Estefane Siqueira. A veterinária Marina Tristão já havia medicado Shena antes e acompanhou a cirurgia.
O procedimento foi o seguinte: no sábado às 7h, a Prefeitura providenciou transporte para a vinda da equipe da unversidade, que chegou às 12h. O ambiente da operação foi preparado com toda assepsia do local onde a onça morava e a intervenção teve início às 13h. Terminou às 17h.

 


A onça passou bem pela cirurgia, entrou em repouso; estava reagindo bem, voltando aos poucos, mas, hoje às 6h30 não resistiu.
A bióloga Ana Paula explicou que na vida silvestre, uma onça parda vive até 8 a 12 anos. Shena tinha 13 anos (em cativeiro, a vida é mais longa). Por conta da idade ela não suportou o mix de anestésico levando em conta o nível de adrenalina que existe em animais com vida no cativeiro. O anestesista do procedimento cirúrgico foi Rafael Romeu Ferreira Diniz. dois cirurgiões optaram pela amputação da cauda porque a ferida seria difícil tratar por conta do incômodo que irritaria o animal. Ambos foram supervisionados pelo doutor José Maurício Barbanti Duarte, professor assistente da Unesp que trabalha no setor de zootecnia.
A pequena onça, que chegou chamuscada pelo incêndio há 13 anos nunca teve uma vida livre. Passou todo esse tempo sob os cuidados da equipe do zoológico municipal de Guaíra. Há seis meses passou por uma outra cirurgia pela equipe da Unesp para tratar de uma massa óssea no úmero, da qual não se recuperou totalmente, por isso, caminhava com dificuldade. Seu corpo está sendo preservado sob refrigeração com vistas a passar por um processo de taxidermia e se, antes, servia para observação movimentando-se em local fechado, será empalhado e passará a servir para educação ambiental, segundo a chefe do setor de Meio Ambiente, Estefane Siqueira e a bióloga Ana Paula Chaves Campos.

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