Governo de SP prorroga restrições da fase de transição até 15 de julho
Sem uma queda consistente no número de óbitos e casos de coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prorrogou a fase de transição do Plano São Paulo até 15 de julho. As medidas restritivas e os horários de funcionamento dos estabelecimentos permanecem os mesmos.
Na fase de transição, as atividades comerciais, restaurantes e similares, salões de beleza e barbearias, atividades culturais e academias esportivas podem funcionar das 6h às 21h. Atividades religiosas presenciais e individuais continuam permitidas. Os estabelecimentos podem funcionar com 40% da capacidade. Atividades administrativas não essenciais devem optar pelo teletrabalho.
O toque de recolher das 21h às 5h continua em vigor. Atividades de comércio, serviços e indústria devem ter horário escalonado para evitar aglomerações no transporte público. Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, disse que já é possível notar uma melhora em alguns indicadores. No entanto, o número de casos e óbitos precisa diminuir mais ainda para que novas flexibilizações sejam feitas. “Nos últimos três meses nós reduzimos a ocupação dos leitos de enfermaria e de UTI”, disse Patricia.
Doria reforçou que a vacinação na capital paulista foi retomada nesta quarta-feira para pessoas de 49 anos. Na terça, a cidade recebeu cerca de 181 mil doses de Coronavac. O secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn afirmou que só ficou sabendo sobre a falta de doses no início dessa semana, e foi rebatido pelo prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB). A capital disse que avisou ao Estado durante o fim de semana sobre a iminente falta de doses.
Nunes foi convidado para a coletiva e, antes de sua fala, o governador afirmou que a relação entre o Estado e a prefeitura de São Paulo é boa. “As relações seguem como sempre foram: boas, fluídas e voltadas para o atendimento da população”, disse. O prefeito da capital agradeceu ao governador “pelo empenho em buscar vacinas e pela dedicação em salvar vidas”.
Vacinação
Questionada sobre o cumprimento do cronograma de vacinação, a equipe do governo estadual disse que depende das doses enviadas pelo Ministério da Saúde. O governo federal divulga previsões mensais de doses recebidas, mas dificilmente a projeção é cumprida. O prefeito de São Paulo não descartou novas alterações no calendário.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, o Estado vai receber uma nova remessa de doses da Pfizer ainda nesta quarta-feira. Regiane também informou que a cobertura vacinal é de 100% entre os idosos com idades entre 75 e 79 anos e acima de 85 anos. Na faixa etária de 80 a 84 anos, a cobertura é de 94,5%.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, disse que a faixa etária de 40 a 59 anos concentra 35% do total de casos e 48% das internações. Com a vacinação desse público, ele espera ver uma queda nos índices. “Ao longo de julho vamos ver esse impacto”, falou.
Doria pediu para que as pessoas não escolham qual vacina tomar e aceitem a que estiver disponível no momento. “Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são boas”, afirmou.
No próximo sábado, seis mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) devem chegar ao Estado de São Paulo. O volume é suficiente para produzir dez milhões de doses de Coronavac. Além disso, Doria confirmou que as 100 milhões de doses da Coronavac compradas pelo Ministério da Saúde devem ser entregues até 30 de setembro.
Balanço
Desde o início da pandemia, o Estado registrou 3.630.251 casos de covid-19 e 123.825 óbitos relacionados à doença.
Até a noite desta terça-feira, 22.345 pacientes estavam internados internados em todo o Estado, sendo 10.597 em unidades de terapia intensiva e 11.748 em leitos de enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado é de 78,9% e na Grande São Paulo é de 74,7%.
Doação
O Estado recebeu uma doação da empresa P&G de dois milhões de absorventes para as alunas da rede estadual. O secretário estadual de Educação Rossieli Soares destacou que o direito à higiene menstrual foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma questão de direito humano. De acordo com a organização, 10% das meninas perdem aulas quando estão menstruadas.
O governo estadual criou um programa de fornecimento de absorventes para as alunas da rede estadual. Cerca de 1,3 milhão de meninas de cinco mil escolas serão contempladas. Foram investidos R$ 30 milhões na iniciativa.