Outubro Rosa: Crioterapia ajuda mulheres a superarem efeitos colaterais do tratamento oncológic

Queda de cabelo é um dos fatores que mais impacta a saúde emocional e autoestima das pacientes

 

A perda dos fios de cabelo ocasionada pela quimioterapia – um dos tratamentos mais recorrentes no câncer – está entre os efeitos colaterais mais temidos pelos pacientes oncológicos, principalmente mulheres. Uma aflição que pode causar problemas secundários como autoestima baixa, ansiedade, estresse, depressão e, até mesmo, a desistência do tratamento.

“Trata-se de um efeito colateral comum porque a quimioterapia afeta principalmente as células que se multiplicam com frequência. É um estado reversível na maioria dos casos, mas nem por isso deixa de afetar de maneira negativa grande parte das mulheres que passa pelo tratamento”, explica Diocésio Andrade, oncologista do InORP Oncoclínicas.

Ainda segundo o médico, o equipamento ajuda também na privacidade do paciente, já que a perda dos cabelos revela sua condição e, em muitos casos a pessoa prefere se resguardar. “A crioterapia capilar pode reduzir o índice de perda dos fios em até 50%-60% dos casos na dependência do protocolo de quimioterapia em curso, devendo ser indicada e acompanhada por um médico oncologista desde a primeira sessão de quimioterapia”, explica.

No InORP Oncoclínicas, primeiro instituto da região de Ribeirão Preto a oferecer o procedimento, o método tem sido bastante utilizado e considerado um importante aliado para a melhora do equilíbrio emocional, principalmente nas mulheres em tratamento do câncer de mama.

“Embora a perda dos fios seja transitória, os cabelos são considerados uma expressão de feminilidade, então a queda no período de tratamento do câncer acaba gerando uma aflição que, muitas vezes, afeta até mesmo os resultados positivos da terapêutica, causando riscos secundários como baixa autoestima, depressão e ansiedade. Quando essa queda é combatida e acontece a manutenção de parte do cabelo, vemos uma significativa melhora no emocional das pacientes, aumentando a qualidade de vida e, principalmente, a autoestima das mulheres”, explica Fabio Bronzi, psicólogo do InORP Oncoclínicas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA, o câncer de mama é o mais incidente no sexo feminino no Brasil depois do de pele não-melanoma e tem estimativa de 66.280 novos casos por ano no Brasil para o triênio (2020-2022).


Saiba como é a Crioterapia

Uma touca revestida por um gel é conectada por meio de um tubo a uma máquina que se assemelha a um circulador de ar. É colocada sobre a cabeça do paciente 30 minutos antes da infusão de quimioterapia e a touca permanece sendo usada durante toda a aplicação do medicamento e continua até 1h30 após o tratamento. Esse sistema, então, resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura entre 18ºC e 22ºC, o que permite a menor absorção dos fármacos nessa região e, por isso, diminui a queda do cabelo.

Estudos demonstraram segurança para o paciente e eficácia no tratamento com o uso deste dispositivo, sendo o único no Brasil com aprovação da FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Em 50% dos casos, os pacientes tratados relataram a diminuição da alopecia a ponto de não precisar usar lenço ou peruca. A crioterapia pode ser aplicada em pacientes diagnosticados com outros tipos de câncer, além do de mama, tendo o mesmo potencial de eficácia. A contraindicação acontece para quem tem câncer hematológico como leucemia e linfoma. Pessoas que apresentam alergia no couro cabeludo ao frio também não devem realizar o tratamento.

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