Outubro Rosa – mesmo durante pandemia, exames preventivos, como a mamografia, devem ser realizados

 

A cor rosa toma conta do mês de outubro no mundo todo. O movimento destaca a importância do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de mama, que é o mais incidente em mulheres no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma. E neste ano a mensagem é ainda mais importante pois o câncer não pode esperar.

Segundo dados da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, entre os meses de janeiro e setembro de 2020 foram realizadas 4.544 mamografias. Comparado com o mesmo período do ano passado, em que o número foi de 8.999 exames – houve uma queda de 55% na realização do exame. Já no ano de 2019 todo, foram realizados 14.064 mamografias na cidade.

“Na situação atual, existe sim um certo receio de procurar o médico e realizar exames, mas precisamos ter consciência que as outras doenças, como o câncer, não vão esperar a pandemia acabar. É necessário estar atento aos sinais, realizar os exames e caso precise, consultar um especialista para avaliação. Por isso, neste ano, a Campanha Outubro Rosa é ainda mais importante. O diagnóstico precoce pode salvar vidas”, afirma Diocésio Andrade que é oncologista e diretor técnico do InORP Oncoclínicas.

Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde da cidade, até o mês de setembro, 297 novos casos de câncer de mama foram diagnosticados na cidade. Dados do INCA apontam que para o triênio (2020-2022) no Brasil serão 66.280 novos casos novos diagnosticados ao ano.

Diagnóstico precoce

O câncer de mama, assim como outros tipos de câncer, se descoberto em seu estágio inicial, tem mais chances de tratamento e de cura. No caso das mamas, o autoexame, aquele feito em casa pela própria mulher, não anula o acompanhamento periódico por um especialista e a realização da mamografia, ressalta Diocésio.

“Toda mulher deve conhecer seu corpo e estar ligada aos sinais que possam surgir como nódulos geralmente indolores na mama ou axila, pele avermelhada ou retraída, alterações no mamilo e saída espontânea de liquido anormal. Mas só o autoexame não é o suficiente. A mamografia é o único método de diagnóstico que demonstrou eficácia na detecção precoce do câncer de mama e deve ser realizada por todas as mulheres, a partir dos 40 anos, uma vez ao ano, por tempo indeterminado. No caso de pacientes do SUS, a normativa é a cada 2 anos entre os 50 e 69 anos. Para as mulheres com histórico familiar da neoplasia, o exame é indicado antes mesmo dos 40 anos, porém com uma acurácia menor devido a densidade das mamas nesta faixa etária”, explica o médico.

O exame consiste em um raio-X no qual a mama é comprimida e permite que sejam identificados desde microcalcificações agrupadas até nódulos espiculados infracentimétricos confirmando lesões iniciais. Após constatada qualquer alteração, o especialista avalia e indica o melhor tratamento para cada caso. “As chances de cura no caso das mamas pode chegar em até 90% quando o tumor é descoberto no início. Os tratamentos disponíveis hoje são menos invasivos, o que melhora em muito a qualidade de vida e a retomada dessa mulher à sua vida normal”, acrescenta.

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