Servidores da Saúde do Rio de Janeiro resistem à privatização do SUS

 

O Sinsprev/SP manifesta sua solidariedade à resistência dos servidores do Ministério da Saúde do Rio de Janeiro, em greve há cinco meses contra a entrega dos hospitais federais à prefeitura carioca e o fatiamento das seis unidades da rede federal, que serão entregues a diferentes gestores, como o grupo hospitalar Nossa Senhora da Conceição, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Fundação Oswaldo Cruz, terceirizando os últimos serviços de saúde da rede federal no país.

Desde o início de outubro, os servidores em greve estão acampados em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso, impedindo a entrada do Grupo Conceição. Os grevistas denunciam que o Grupo publicou edital para contratar, sem licitação, uma empresa responsável por realizar processo seletivo para dois mil funcionários, sem comprovar sua capacidade técnica.

Os servidores também avaliam que tendo o Estado do Rio de Janeiro a Fiocruz, instituição formadora de recursos humanos de gestores para todo o Brasil, é questionável que um grupo gaúcho gerencie o Hospital Federal de Bonsucesso com um contrato de 260 milhões de reais para fazer um diagnóstico que pode ser realizado pelo próprio Ministério da Saúde.

Nesses cinco meses de greve, o governo não demonstrou nenhuma disposição para negociar de fato. Ao contrário, desde o início da greve vem tentando criminalizar e atacar o movimento paredista, inclusive com portaria do Ministério da Saúde, expedida pela ministra Nisia Trindade, que permitirá a transferência sumária dos servidores para outras unidades.

Os servidores do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro estão dando um exemplo de luta, unidade e resistência em defesa de seus direitos e da Saúde Pública.

O Sinsprev/SP manifesta sua solidariedade a luta das servidoras e servidores da Saúde Federal do Rio de Janeiro e repudia processos de privatização ou terceirização da gestão, sem controle e participação da comunidade.

A luta realizada em defesa dos Hospitais Federais no Rio de Janeiro se coloca hoje no centro da defesa do SUS e contra processos que visam reformar a administração pública e com intuitos privatistas, que tanto mal tem causado a nossa população em todo o Brasil.

Nossa solidariedade as famílias que foram atingidas pela irresponsabilidade na contratação de laboratórios sem a devida preparação e que por contenção de recursos causaram danos a pessoas transplantadas.

Nossa solidariedade, também, à aqueles que ficaram cegos por erros médicos e hospitalares em mutirões de cirurgias de catarata no Rio Grande do Norte, da mesma forma que já ocorreu em São Bernardo do Campo. Esses casos são expressões dos modelos de privatizações adotados por prefeituras.

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