Greve do INSS começa forte em 11 estados,  e  servidores da Saúde e do Trabalho fazem paralisação de 48h

 

Após início de mobilização, governo marcou negociação, mas proposta é insuficiente
Nesta quinta (18) e sexta-feira (19), servidores públicos federais da Saúde e do Trabalho realizam 48 horas de paralisação. Manifestações em frente às superintendências do Ministério da Saúde e do Trabalho ocorreram ao longo do dia.
Em SP, o Sinsprev realizou ato em frente à superintendência, na Avenida Prestes Maia, no centro da capital. No Rio de Janeiro, os servidores realizam ato no Hospital Federal Cardoso Fontes, numa luta que também é contra a proposta de entrega do hospital para a gestão municipal.
A mobilização se soma à greve nacional deflagrada pelos trabalhadores do INSS na terça-feira (16). A mobilização começou forte. Segundo informe da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), a greve por tempo indeterminado teve início em 11 estados.
Pararam servidores do INSS dos estados Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Os demais estados estão em mobilização. Em várias agências, houve piquetes dos trabalhadores. No Rio Grande do Sul, dentre as palavras de ordem entoadas pelos trabalhadores está a exigência de valorização da carreira e “Negocia, Lula!”.
Segundo a Fenasps, também há greve parcial de servidores dos ministérios da Saúde e do Trabalho em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

Greve força governo chamar reunião

Após o início da greve, o governo agendou a 4ª Reunião da Mesa Específica e Temporária da Carreira do Seguro Social, o que, segundo a Fenasps, já é uma demonstração da importância da mobilização dos trabalhadores. Em relação à proposta anterior, apresentada na reunião do dia 03/07, houve algumas mudanças, porém ainda está aquém da pauta aprovada pelos servidores.
A proposta anterior indicava um reajuste de 9% para janeiro de 2025 e 5 % para abril de 2026. Essa semana, o governo manteve o percentual de 9% para janeiro de 2025 e propôs 9% para janeiro de 2026, totalizando 18% de reajuste, bem como um ajuste dos steps, referentes à mudança de classe e padrão. Porém, foi mantido o aumento de níveis e classes para progressão funcional, dos atuais 17 níveis para 20 níveis, reduzindo salário inicial de entrada na Carreira. Apesar do incremento dos percentuais, os valores estão abaixo das perdas salariais acumuladas pela categoria desde 2017, da ordem de 53%.
Ainda de acordo com os sindicatos, o governo recua quanto à extinção da GAE (Gratificação de Atividade Executiva), porém mantém o VB (vencimento básico) inalterado e aumenta a parcela variável da GDASS (gratificações). Em relação a outras demandas, como pendências do Acordo de 2022, teletrabalho e avaliação de desempenho, os impasses continuam.
Os sindicatos orientam que a categoria se mantenha mobilizada e amplie a greve, com atuação nos locais de trabalho e com a instalação de comandos de greve, reuniões, atos públicos e assembleias estaduais para que haja um processo concreto de negociação da pauta da greve.

Política do arcabouço fiscal

Segundo Claudio Machado, que é servidor da Saúde e ativista da CSP-Conlutas, diretor do Sinsprev-SP e da Fenasps, a “mobilização está numa crescente”.
“A greve começou em 11 estados. Onde há trabalho presencial nas agências, tem chefe mantendo, mas a categoria aderiu à greve. Como uma boa parte hoje também está em trabalho remoto, ainda temos de mensurar o alcance, mas a avaliação é de que está numa crescente”, informou.
Segundo Machado, com a paralisação, o governo chamou para negociar. “Mas, apesar de algumas mudanças, está oferecendo praticamente a mesma coisa de outras carreiras, com o discurso de limite orçamentário. Na prática, quer impor o arrocho do arcabouço fiscal”, avaliou.
Todo apoio
As mobilizações dos servidores públicos federais esteve no centro dos debates sobre conjuntura nacional e lutas em curso no país na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada neste final de semana, de 12 a 14 de julho.
A CSP-Conlutas reafirma todo apoio e solidariedade à greve no INSS e demais categorias da Saúde e do Trabalho..
Pelo atendimento das reivindicações dos servidores públicos! Chega de priorizar o arrocho do Arcabouço Fiscal para direcionar dinheiro público para banqueiros e especuladores em detrimento das necessidades dos trabalhadores e de investimentos nos serviços públicos

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.