Vigilância Epidemiológica de Barretos reforça orientações sobre febre maculosa
Apresentando sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico e, se esteve em local em que há contato com carrapato, deve informar isso ao dar entrada no serviço de saúde, pois, havendo suspeita, é importante que o tratamento específico seja iniciado logo nos primeiros dias de sintomas
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, reforça as orientações à população sobre febre maculosa brasileira. A enfermidade, que teve ocorrências neste ano em algumas outras regiões do Estado, é uma doença febril aguda, com grande potencial de evolução para formas graves.
O infectologista da Vigilância Epidemiológica da Estância Turística de Barretos, Guilherme Freire, ressalta que a doença é causada pela bactéria do gênero Rickettsia. “A febre maculosa brasileira é transmitida por carrapatos infectados, popularmente conhecidos como ‘carrapato estrela’, ‘carrapato de cavalo’ ou ‘rodoleiro’. A transmissão geralmente ocorre quando ele permanece aderido ao corpo da pessoa”, destaca. O infectologista pontua que o contato da população com essa espécie de carrapato está associado a atividades de lazer ou ocupação rural, especialmente ao hábito de pescaria em beiras de rios e lagos, assim como frequência de parques ou áreas públicas com presença de capivaras.
Ele destaca que o carrapato vetor costuma parasitar animais de grande porte, incluindo-se, além de capivaras, os equinos (cavalos, burros, mulas). “O homem se infecta ao ser picado, mais frequentemente, por estágios jovens de carrapatos”, diz.
Regiões do Estado
A Vigilância Epidemiológica do município destaca que as áreas de ocorrência dessa espécie de carrapato associada à ocorrência de Febre Maculosa causada por Rickettsia, no interior de São Paulo, são as regiões de Campinas, Piracicaba, Marília, Assis, Ourinhos, Vale do Paraíba e, mais esporadicamente, as regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente.
Manifestações clínicas
O infectologista observa que a doença apresenta como manifestações clínicas iniciais: febre elevada, mialgia e cefaleia, prostração, náusea, vômitos e diarreia. “O exantema [erupção na pele] ocorre em 60 a 70% dos casos, surgindo mais frequentemente entre o terceiro e quinto dia após o início da febre. Pode ocorrer edema [inchaço por acúmulo de líquido] nos membros inferiores, manifestações gastrointestinais, dentre outras menos frequentes”, ressalta.
Diagnóstico e tratamento
Conforme a Vigilância Epidemiológica do Município, o diagnóstico laboratorial é realizado através de sorologia (exame de sangue específico);
Sobre tratamento, Guilherme Freire destaca: “a terapêutica antibiótica específica, quando instituída precocemente, é altamente eficaz”.
Prevenção
O infectologista orienta que, ao andar em local com carrapatos, as pessoas devem verificar com frequência se há algum carrapato preso ao corpo, além de usar roupas claras com manga longa, calça comprida e calçado fechado.
“Não há profilaxia recomendada a pessoas que frequentaram áreas endêmicas, mesmo em situações em que houve parasitismo por carrapatos. Em tais situações de exposição, a orientação é monitorar o eventual aparecimento de sintomas (ainda que febre isolada) dentro de um período de 14 dias após a possível exposição”, reforça Guilherme. Ele destaca que, caso apareçam sinais ou sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para consulta médica. “É importante informar sobre a exposição, pois poderá contribuir para a suspeita diagnóstica precoce e início de tratamento antimicrobiano específico em tempo oportuno”, observa.
Notificação
A Vigilância Epidemiológica municipal informa que a notificação de todo caso suspeito de febre maculosa brasileira é obrigatória e imediata (em até 24h) e deve ser realizada pela unidade de saúde por meio do sistema de informação SINAN, segundo portaria GM/MS Nº 217, de 1º de março de 2023.

 

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