DHPP prende 18 e desarticula esquema que monitorava operações policiais no Grajaú
Denominada Operação Grajaú Online, a ação teve como alvo responsáveis por avisar integrantes de organização criminosa aonde as blitz ocorriam para impedir que eles fossem abordados
Policiais civis do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagraram nesta segunda-feira (29) a Operação Grajáu Online, que resultou na prisão de 18 pessoas. A ação teve o objetivo de desarticular um esquema em que suspeitos monitoravam e avisavam integrantes de organizações criminosas, por meio de grupos do Whatsapp, a respeito de operações policiais que estariam ocorrendo no bairro Grajaú, na zona sul de São Paulo. Os alvos presos, que eram líderes e administradores do grupo, já possuíam passagem pela polícia por tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio.
“Nos deparamos com uma rede de proteção para impedir que não ocorra a pronta intervenção de unidades policiais. Já estamos desenvolvendo diversas ferramentas tecnológicas para, a partir da autorização judicial, obter uma profusão enorme de dados para fazer esse tipo de monitoramento”, ressaltou o dr. Gilson Silveira, delegado-geral em exercício.
Os policiais descobriram o esquema após três meses de investigações, identificando um grupo na rede social com cerca de 366 participantes. De acordo com a apuração, o esquema visava impedir a abordagem policial dos criminosos, já que, sabendo aonde as blitzs ocorriam, poderiam mudar a rota a tempo e desviar da operação. Além disso, as movimentações de policiais que cumpriram diligências à paisana também eram informadas, com os agentes sendo, inclusive, marcados em fotos pelos informantes.
“Após descobrir o grupo, nós conseguimos nos infiltrar nele e passamos a ouvir tudo o que estava acontecendo. Eram transmitidos áudios e vídeos de toda movimentação policial na região do Grajaú. Aquilo era muito sério, pois também colocava a vida dos policiais em risco. Eles trabalhavam durante 24 horas, sete dias por semana”, confirmou a dra. Ivalda Aleixo, diretora do DHPP. “As mensagens eram temporárias, então, assim que vistas, eram apagadas. Tivemos todo um trabalho de inteligência policial para recuperá-las”, revelou ainda.
Com o relatório de investigação pronto, os agentes representaram na Justiça pelos mandados de busca e apreensão e de prisão, que foram concedidos. O caso foi para a Vara Especializada de Organização Criminosa e as prisões foram expedidas com base na Lei de Organização Criminosa e na Lei de Crimes Hediondos. Ao todo, foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensões e 31 de prisão temporária expedidos pela Justiça.
A operação contou com 192 policiais do DHPP, em 80 viaturas, e com o apoio dos policiais do Garra, GER e equipe de drones. Além das prisões, também foram apreendidos 26 celulares, 3 notebooks e 4 máquinas de cartões de créditos. Outras pessoas já foram identificadas e agora a polícia trabalha para localizá-las e detê-las.