Agentes de Saúde das USFs recebem capacitação sobre dengue

Qualificação é realizada pela Prefeitura e GVE do Estado e visa preparar os profissionais para contribuírem na conscientização da população

A Prefeitura da Estância Turística de Barretos, por meio da Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde, realizou nesta semana capacitação sobre dengue, chikungunya e zika com 100 agentes de saúde pública. Os profissionais, que integram a Estratégia de Saúde da Família (ESF) na cidade, ao desenvolverem o seu trabalho de casa em casa têm proximidade com os moradores e, diante dos altos índices de larvas do mosquito Aedes Aegypti neste momento em nosso município, terão um papel essencial para reforçar e demonstrar à população barretense como proceder constantemente para eliminar possibilidades de acumular água.
Durante a capacitação, a interlocutora do Grupo de Vigilância Epidemiológica – Regional de Barretos, Marta de Oliveira, observou aos agentes que é por meio da explicação deles e ao fazerem junto com o morador a tarefa de tirar um prato de água debaixo do vaso, de eliminar cada possível criadouro, que a população vai perceber a importância da ação de cada um no combate à dengue. “A gente precisa um do outro para vencermos. A população precisa de vocês, o morador tem confiança no que vocês dizem e fazem”, afirmou, lembrando que a dengue causou 11 mortes na região de Barretos em 2022. “Jarras, latões, tampinha de garrafa, sacolinha: tudo aquilo que acumula água tem que estar virado para baixo”, pontuou.
Marta reforçou aos agentes sobre os sintomas que a dengue pode provocar: “febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náusea”, os quais variam de pessoa para pessoa. Ela enfatizou que não se pode banalizar a doença porque alguém pegou e não teve sintomas fortes, afinal os sintomas podem se tornar graves. Por isso, na primeira semana de sintomas é preciso procurar atendimento médico. Por vezes, lembrou: “dengue mata”.
A profissional também explicou sobre os diferentes tipos da dengue e que o Aedes Aegypti transmite também Zika, que já esteve presente na nossa região e provoca hidrocefalia em crianças quando atinge mulheres grávidas, e sobre a chikungunya, doença que já tem caso em Barretos em 2023. Embora venha provocando menos mortes do que a dengue, a chikungunya atinge articulações e é sequelante, tornando as vítimas dependentes de equipamento para auxiliar a andar, por exemplo.
Valdevino Pereira Neves, também do GVE, reforçou aos agentes que a saúde pública é saúde de todos nós. “Um mosquito pequeno que requer estratégia grande. Precisamos do apoio de todos nessa questão que é bastante complicada.”, enfatizou. Ele apresentou aos agentes dados históricos sobre as doenças e o mosquito, com informações sobre hábitos e formas de reprodução, lembrou que a dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, mas pela fêmea do mosquito, que, com a picada, vai contaminando novas pessoas depois de ter picado alguém que estava com o vírus.

Secretário destaca importância do trabalho dos agentes
Presente na capacitação, o secretário municipal de Saúde, Mussa Calil Neto, ressaltou a importância do trabalho que os agentes de saúde pública desenvolvem. “Cada um deles tem uma área de atuação e praticamente fazem parte da casa que frequentam. Agora com o período de chuva o surgimento do Aedes Aegypti leva à dengue e apenas o Controle de Vetores fazendo esse serviço para acabar com criadouros não é suficiente. Então precisamos da conscientização das famílias pelos nossos agentes de saúde em uma ação integrada, somando forças nessa guerra que travamos com o mosquito”, afirmou.
Mussa enfatizou que não há até o momento uma forma de acabar de vez com os casos de dengue, mas que o objetivo é realizar um controle, eliminando o máximo possível de criadouros. “É importante a população entender que ela é a principal peça nessa guerra, combatendo o mosquito da dengue. O agente passa na casa e faz a educação sanitária para eliminar larvas e onde o mosquito pode procriar. Se depois disso chove é o dono da que tem que olhar o quintal. Uma simples tampinha de garrafa, uma casa de ovo, um piso podem ser suficientes para acumular água. O morador precisa ter uma vigiância constante”, observou.
A enfermeira Marina Francisco, responsável pela Educação Permanente, lembrou que a qualificação leva em conta o número elevado de casos suspeitos neste primeiro mês do ano na cidade, praticamente o dobro do que janeiro de 2022, mais um sinal de que são necessários reforços na luta contra a dengue. “Estamos montando um plano de ação incluindo estratégias voltadas também para a conscientização da população na questão mais específica da dengue pelos agentes de saúde durante as visitas domiciliares”, destacou.

Agentes em ação
Já na função há alguns anos, a agente de Saúde Pública Cristiane Miranda Cardoso conta que já participou de capacitação sobre dengue em anos anteriores “É sempre bom estarmos aprendendo coisas para aperfeiçoar o nosso trabalho a cada dia. Colocamos em prática todos os dias porque é nosso papel orientar o paciente”, diz. Cristiane conta que é comum um morador não ter se dado conta que a água que ele acumulava para regar plantas, por exemplo, pode servir como criadouro, mudando de hábitos depois de conscientizado.
Agente de saúde na USF do bairro Christiano de Carvalho, Eliete dos Santos conta que orientam os moradores para que repitam as ações com frequência, sem esperar a visita do agente público para agir. “A gente passa informações essenciais de uma forma simples para orientar que se aquele objeto acumular água pode se tornar um criadouro e ensinamos a praticar no dia a dia, como ato de rotina. Bebedouro de cachorro, por exemplo, não é somente trocar a água: tem que, com frequência, lavar com bucha porque os ovos se acumulam ali e depois eclodem”, afirma.
Ela também lembra que brinquedos, garrafas e outros objetos que podem acumular água depois da chuva devem ser guardados em local coberto, tornando mais prático o trabalho do morador para manter sua residência livre de criadouros.
Rosimar Ramos, que atua na USF do Bairro Derby Club, enfatiza como os agentes de saúdes têm papel importante nessa luta. “Conseguimos contribuir orientando o morador que é necessário ter o máximo cuidado agora na época de chuva para não acumular água. Ter cuidado com vaso em plantas, em manter o quintal sempre limpo”, ressalta.

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