Coelhoterapia será desenvolvida por meio de parceria entre UNIFEB e Secretaria Municipal de Educação

O UNIFEB e a Secretaria Municipal de Educação, estabeleceram uma parceria para a execução do projeto Coelhoterapia desenvolvido pelo curso de Zootecnia e que possibilitará o atendimento de crianças com deficiência. O início dos atendimentos depende das diretrizes do Plano São Paulo, que ainda não permitem estes tipos de atividades na modalidade presencial, por conta da pandemia. A execução do projeto também contará com o curso de pedagogia, que é coordenado pela Profa. Dra. Lúcia Parreira.

De acordo com o reitor do UNIFEB, Prof. Dr. Fabiano de Sant’Ana dos Santos, o projeto de Zooterapia vem ao encontro da missão da instituição, que além de formar profissionais qualificados também preza pelo aperfeiçoamento contínuo e atendimento à comunidade. “Nosso projeto pedagógico visa colocar o aluno com a ‘mão na massa’ para que ele tenha uma vivência prática e real da profissão. E a Zooterapia permite uma melhora na saúde mental e bem-estar dos acolhidos”, destacou.

A professora de Zootecnia, Gabriela Pombo, explica que a Coelhoterapia busca estudar o efeito da participação de coelhos em sessões de terapia com crianças do programa de educação inclusiva. “O projeto começou a ser elaborado quando apresentei para a X Turma da Zootecnia os conceitos de Zooterapia. A matéria era cunicultura, que tem o objetivo de ensinar aos alunos a criação de coelhos para fins pet, e não só para consumo humano da carne. Saí da sala de aula com a vontade de desenvolver algo que os alunos pudessem participar ativamente atendendo a comunidade e cuidando de pequenos animais. Infelizmente, com a pandemia, a turma não pode seguir com o propósito, mas desde então não parei de buscar oportunidades para que o projeto pudesse avançar. E, um ano e meio depois, tudo deu certo”, lembrou.

De acordo com a secretária municipal de Educação, Jéssica Maria dos Santos, essa união é um sonho antigo do setor de educação Inclusiva, mas foi tomada como prioridade e concluída pela gestão Paula Lemos. “Uma educação que de fato se caracterize como inclusiva necessita ampliar as oportunidades, valorizar os profissionais envolvidos, atender as necessidades da sociedade e ter como foco a emancipação humana, o bem-estar e a aprendizagem dos estudantes. Essas são marcas do nosso governo: a construção de uma educação inclusiva, equânime e para todos. Essa é mais uma de muitas parcerias que virão em prol da educação, do ensino e da ciência”, aponta Jéssica.

Segundo a professora Gabriela, o uso da TAA (Terapia Assistida com Animais) é bem difundida mundialmente. Estudos com cavalos e cães para tal finalidade são bem compreendidos no meio acadêmico, no entanto, o uso de outros animais ainda está em análise. “A ideia de avaliar o bem-estar dos animais pós-terapia é pouco discutida. Além disso, desenvolveremos um protocolo de treinamento com esses coelhos para que fiquem aptos para fins terapêuticos, algo inédito na literatura”, enfatizou.

Gabriela explica que existem alguns profissionais que já trabalham com este tipo de terapia. “No Brasil temos um professor em Minas Gerais (se bem me recordo) que faz atendimento em uma APAE da cidade com coelhos, no entanto, ele não possui avaliação científica sobre o tema”, destaca.

“Além do ineditismo do protocolo para treinamento, avaliação do animal e pós-terapia, nosso objetivo é acompanhar as crianças do ensino fundamental, por exemplo, até o final do curso, o que será inédito também”, enfatizou a professora.

De acordo com Gabriela, o desenvolvimento do projeto preza muito pela saúde e bem-estar dos coelhos. “Uma simples queda para um animal do tamanho de um coelho adulto, pode vir a machucá-lo seriamente, assim como alguma reação inesperada de crianças com alto grau de transtornos. O importante é confiar na pedagoga que estará com o assistido, nos informando das possíveis reações da criança, para que possamos tomar todos os cuidados necessários, desde apenas permitir que o aluno observe o animal, até entender quando ele estará preparado para interação”, ponderou.

Em relação aos estudos promovidos pelo UNIFEB neste projeto, além de avaliar se os animais têm perfil para fins terapêuticos, também será verificado o nível de estresse dos coelhos após as sessões de terapia; quais transtornos são mais estressantes para os animais; se os coelhos conseguem ter um comportamento normal frente a transtornos diferentes; se a vida de um coelho terapêutico muda; e também como deverá ser a alimentação, horas de descanso e ingestão de água destes animais.

A professora Gabriela reforça a importância deste projeto não só para a vida dos assistidos, mas também para uma quebra de paradigma em relação aos animais de potencial comercial. “Este é um projeto que ajudará muitas crianças e famílias que precisam de auxílio, mas vale ressaltar que o projeto surgiu de uma vontade imensa de manter ou melhorar o bem-estar de animais de estimação, que possuem potencial para fins comerciais. Nós podemos criar animais não apenas para fins de produção e a zootecnia pode e tem o dever de inserir os animais na vida dos seres humanos, para que possamos viver em equilíbrio com tudo aquilo que nós cerca”, finalizou.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.