Manual de sobrevivência

O mundo tem nos mostrado um cenário diferente de guerra, mas a luta é a mesma desde sempre. Temos que lutar a todo momento pela vida, pelo pão de cada dia, pelos valores que defendemos; lutar para acordar toda manhã e ter forças para se reinventar, quando tudo parece perdido.
A pandemia apenas acentuou as eternas batalhas que sempre travamos ao longo da nossa existência, às vezes sem nem mesmo perceber.
A diferença é que agora a guerra não dá pausas, temos que agir e pensar rápido em soluções, mas não podemos esquecer que já realizamos treinamentos para lutar durante toda vida.
Nossa primeira vitória foi a concepção onde vencemos entre tantos competidores, depois o nascimento, o primeiro passo, e a percepção de que o nosso choro era sempre recompensado nos torna astutos combatentes desde cedo.
Dia após dia tivemos que nos adaptar, reinventar perante as situações, e dessa vez não será diferente. Darwin já dizia que os indivíduos que sobreviveriam seriam os capazes de se adaptar ao meio, pois se não dá mais pra ser igual, vamos ser diferentes, mas felizes.
As máscaras e o álcool gel, juntamente com atividades on-line agora fazem parte de nossa vida, não adianta lutar contra isso. O melhor é então fazer logo uma coleção de máscaras de cores variadas, encontrar fragrâncias diferentes e agradáveis para álcool gel, se especializar em informática e seguir em frente.
Se assim como muitos você também perdeu o emprego, se reinvente: faça doces, venda bolos, pinte quadros, venda sonhos. Busque uma nova profissão, não se reprima, se refaça, se reerga, recomece, renasça. Leia mais, se doe mais, ame mais, aprenda mais sobre você e sobre o próximo.
Quando a guerra passar, restarão os que seguirem esse manual de sobrevivência. Alguns voltarão para suas antigas profissões, outros se descobrirão mais felizes fazendo algo inusitado, o aprendizado sobre higiene e tecnologia serão levados para a vida toda, e o Dharvinismo confirmará mais uma vez sua teoria :” Sobreviverão os indivíduos capazes de se adaptar ao meio e esses transmitirão seus genes”.

Erika Borges, cronista e escritora – autora do livro “Crônicas e Reflexões da Vida”.