Novas internações por Covid-19 sobem 18% em uma semana em SP; regiões no interior têm ocupação de UTI acima de 90%
As novas internações por Covid-19 aumentaram 18,3% no estado de São Paulo na última semana em relação à semana anterior. A velocidade do aumento verificado nos últimos dias preocupa autoridades sanitárias, que temem colapso no sistema de saúde do estado.
Na semana entre 14 e 20 de fevereiro, em média 1.541 pacientes eram internados por dia no estado. Já na semana entre 21 de fevereiro e o último domingo (28), o valor saltou para 1.823 por dia.
Mais pacientes com quadros graves da doença estão sendo internados. A taxa geral de ocupação de leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) no estado subiu para 73,2% nesta segunda-feira, e para 74,3% na Grande São Paulo.
“Precisamos da colaboração da população. Não adianta abrir mais leitos. Nós estamos abrindo, estamos expandindo. Estamos fazendo a nossa parte, mas nós temos a limitação, tanto de espaço, mas também de recursos humanos”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, nesta segunda
Começa hoje vacinação de idosos de 80 a 84 anos nos postos de saúde da cidade de São Paulo
Algumas regiões, como Araraquara, Presidente Prudente e Bauru, já têm ocupação de UTI acima de 90%. Além disso, hospitais públicos e particulares da Região Metropolitana de São Paulo estão com leitos totalmente ocupados.
De acordo com o secretário, as pessoas precisam colaborar para evitar aglomerações que possam disseminar o contágio pelo vírus.
“Nós temos que parar com a velocidade e a instalação da pandemia no nosso meio. Nós imploramos, nós já não pedimos, que a população colabore. Precisamos ter responsabilidade. Estamos todos no mesmo barco. E todos estamos em risco.”
Nos últimos dias, o estado vem batendo recordes sucessivos de pacientes internados com quadros mais graves da doença. No sábado (27), o total de pacientes internados em UTI superou o valor de 7 mil pela primeira vez desde o início da pandemia.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o maior valor anterior durante o primeiro pico da doença havia sido registrado em 29 de julho, com 6.250 pacientes em UTI. A gestão estadual vê risco de colapso no sistema de saúde nas próximas semanas.
Medidas mais duras
Diante da piora da epidemia em todo país, autoridades e saúde e conselho de secretários pedem que medidas mais duras de restrição à circulação de pessoas sejam tomadas.
No estado de São Paulo, começou a valer na sexta-feira (26) a restrição de circulação das 23h às 5h, batizada pela gestão João Doria (PSDB) de “toque de restrição”. O objetivo é aumentar a fiscalização no período noturno para coibir aglomerações e festas clandestinas.
A medida, no entanto, não tem poder de proibição, e é diferente de um “lockdown”. Após a lotação de leitos, algumas prefeituras como a de Araraquara e de municípios do ABC paulista já decidiram adotar proibições que vão além do que é determinado pelo governo estadual.
Questionado sobre o por que de não adotar regras mais rígidas como o “lockdown” para conter o avanço da doença em todo o estado, Doria afirmou que aguarda orientações do Centro de Contingência da Covid-19, grupo de especialistas consultado pelo governo para as regras da quarentena.
“A velocidade de crescimento de internações que estamos assistindo nos últimos dias não tinha sido vista em um ano de pandemia. A transmissão está muito alta. O Centro de Contingência está estudando que recomendações fará para o governo. Eu acredito que vais ser de maior restrição para todo o estado. Estamos discutindo a possibilidade de ter uma classificação mais restritiva do que a fase vermelha [do Plano São Paulo]”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência.
fonte : G1