Presidente do Conselho Deliberativo do BEC manifesta contra homenagem a presidente da FPF
“Opino a minha insatisfação e em virtude da incoerência”
Foto – O secretário Dario, o presidente Cássio e o advogado Julio Samara
Após a Câmara Municipal de Barretos aprovar por unanimidade na última segunda, dia 1º, a concessão do Título de Cidadão Honorário de Barretos, ao presidente da Federação Paulista de Futebol, o Reinaldo Carneiro Bastos, de autoria do vereador e presidente do Barretos Esporte Clube, Raphael Dutra, o projeto continua repercutindo. Após o ex-presidente Roberval Moraes da Silva se manifestar, quem também se mostrou contrário a homenagem, foi o presidente do Conselho Deliberativo do Barretos Esporte Clube, Cássio Murilo Siqueira, que ressaltou que a homenagem contraria as expectativas do clube.
Em nota, o presidente do Conselho Deliberativo, Cássio Murilo Siqueira, fez essas considerações: “Na condição de Presidente do Conselho do BEC e apaixonado pelo futebol da cidade, sou de opinião contrária à concessão deste Título de Cidadão Honorário de Barretos, concedido ao Presidente da FPF, Sr. Reinaldo Carneiro Bastos, aprovado na segunda-feira. O projeto, de autoria do vice-presidente da Diretoria Executiva e vereador Raphael Dutra, teve cessão de homenagem de título honorífico e foi aprovado por maioria qualificada. Além do mais a “homenagem” acredito eu, não atende aos requisitos legais estabelecidos na Lei Municipal 1.415, de 18/12/1974, que regulamenta a concessão de títulos de cidadania honorária.
“Art. 2º – O título de Cidadão Honorário será concedido as pessoas que, não sendo naturais de Barretos, brasileiras ou não, residindo nela ou fora:
- a) prestarem por sua atuação, contribuição notável no campo social, artístico, cultural e cientifico, material ou esportivo;
- b) praticarem ato considerado heróico em defesa do patrimônio público ou da coletividade.”
O presente Projeto de Decreto 20/2020, teve por escopo conceder o Título de Cidadão Honorário da Cidade de Barretos ao Sr. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF. Na justificativa, aduz que a honraria está motivada pelo extenso “Curriculum Vitae” do homenageado, elementos motivadores desta iniciativa, frisando sua grande participação no futebol brasileiro e que, diante do seu grande destaque profissional e social, nada mais justo o diploma de cidadania, por ser motivo de orgulho, de toda a sociedade barretense.
No entanto, no que tange a análise das condições para a concessão do título de cidadão honorário, o mesmo, não atende os requisitos legais, pois é possível observar por qualquer barretense que, no âmbito municipal, nada fez este cidadão contribuindo para o engrandecimento de nossa cidade, que não realizou qualquer ato heróico defendendo os interesses de nossos munícipes, portanto não atende aos requisitos e, justifico ainda que o presidente da FPF não contribuiu positivamente com os objetivos do BEC na sua ascensão a série A-2 do futebol paulista em 2019, comprometendo o trabalho dos dirigentes, atletas e comissão técnica, frustrando o sonho de milhares de torcedores, sua postura na situação exigia no mínimo imparcialidade. A homenagem não é digna perante sua postura. “Não é coerente” que a Câmara ofereça honraria desta natureza a um cidadão que, como nitidamente fez o senhor Reinaldo, desqualificou, menosprezou e desconheceu a legitimidade e a importância do direito da associação esportiva que carrega o nome da cidade “Barretos” de postular uma vaga na serie A-2.
Diante do exposto, principalmente como cidadão barretense, Presidente do Conselho e torcedor do BEC, opino pela minha insatisfação ao presente Projeto de Lei 20/2020, em virtude de sua incoerência.